23 de novembro de 2008

CAMELOS NO DESERTO


Camelos vasculham a bolsa
areia branca na roupa
fresco quente sol poente

(passeio com minha amiga 
exilada no deserto dando lanche pros camelos
a alegria do nosso encontro sob essas
cores mais que Almodovar mais que tudo)

whit Corinne
Emirados Àrabes/Dubai , oct 08

14 de setembro de 2008




então senta comigo
aqui e
obrigada Neli
nem sei pq
mas para vc
saem versos
sem perceber


visite em http:// eopensamentovoa.blogspot.com

12 de setembro de 2008

7 de agosto de 2008


Menina do anel de lua e estrela
Raios de sol no céu da cidade
Brilho da lua, noite é bem tarde
Penso em você, fico com saudades
Manhã chegando, luzes morrendo
Nesse espelho que é nossa cidade
Quem é você, qual o seu nome
Conta pra mim, diz como eu te encontro
Mas deixa ao destino, deixa ao acaso
Quem sabe eu te encontro de noite no Baixo
Manhã chegando, luzes morrendo
Nesse espelho que é nossa cidade
Menina do anel de lua e estrela
Raios de sol no céu da cidade
Brilho da lua, noite é bem tarde
Penso em você, fico com saudades
Manhã chegando, luzes morrendo
Nesse espelho que é nossa cidade
Quem é você, qual o seu nome
Conta pra mim, diz como eu te encontro
Mas deixa ao destino, deixa ao acaso
Quem sabe eu te encontro de noite no Baixo
Manhã chegando, luzes morrendo
Nesse espelho que é nossa cidade

9 de julho de 2008

Haroldo de Campos e Lavanda


de sol a sol
soldado
de sal a sal
salgado
de sova a sova
sovado
de suco a suco
sugado
de sono a sono
sonado

sangrado
de sangue a sangu

7 de julho de 2008

BICHO DA SEDA


Quando permanecemos ligados a idéias e pensamentos de diversas naturezas, eles deixam impressões nos nossos sentimentos e sentidos emocionais. Todos os sentidos se corrompem e seguem um caminho errado. Se tal procedimento continuar por um longo período, nós os tornaremos piores. As marcas feitas assim nos sentidos e indryas os tornam sólidos como uma rocha, destituídos de bodh, ou sabedoria. Sem dúvida a alma não sofre essa ação, mas criamos obstáculos e invólucros tais, que a mantém totalmente encasulada, como um bicho da seda.

6 de julho de 2008

A PRÉVIA DO SIRIÚ





levou para
o horizonte todas as camadas densas de
dentro de mim
deixou tudo claro refletindo
o branco das dunas
sem dor sem mais nada como uma chama guardiã e
plena de fósforo magnésio
fosfato potássio e de repente
o verde da grama ficou mais verde
novamente respirei
depois de ter expirado em minha
milésima dispensável morte,
( que trabalho insano!)
ok, vamos, já sei,
entendi o recado
asas cortadas ficam mais fortes!
tome as minhas...

Marta
domingo

dunas do siriú
garopaba brasil

4 de julho de 2008

DEUS



Quando eu era pequena,
eu acreditava muito em Deus,
mas ele não acreditava muito em mim.
Hoje, que eu sou adulta,
e já não sei mais se acredito nele,
ele vem todo dia em casa e pergunta:
- Noemi, Noemi,
você já resolveu?
- Resolvi o quê, Deus?
- Se você acredita ou não em mim.
- Não, Deus, agora eu estou ocupada.
Ele senta e fica esperando.
Ontem eu falei pra ele:
- Tá bom, Deus. Eu acredito em você.
Ele foi embora todo feliz.
(Mas na verdade eu não tenho certeza.
Falei que era para não deixá-lo esperando.)


Noemi Jaffe

CARA SENADORA

















Cara Senadora Ingrid Betancourt,

Quando acabarem as festas de sua libertação
escreva e publique um livro que eu vou comprar e ler!
Bonito seu filho, e a flor branca da sua trança
Marxista sustentado por traficante não merece ser
chamado de revolucionário nem de guerrilheiro
Essa designação no meu tempo era honrosa e só
cabia a gente voltada para o bem da humanidade..

bjs

Marta
* agradeça-lhes pois de todo modo pareça ou não
absurdo é certo que esses seis anos na mata lhe
fizeram um bem maior do que se do contrario vc
tivesse passado seis anos no poder




3 de julho de 2008





Homenagem
Machado de Assis
A medida do elogio
“Está morto: podemos elogiá-lo à vontade.” A frase, típica boutade machadiana, é do conto “O empréstimo”, de Machado de Assis, e vem a calhar no centenário da morte do escritor. O sentido da ironia é claro: morto o autor, os defeitos e imperfeições devem ser postos de lado, começa a idealização de sua imagem.

Com Machado e Meus pais em Paraty




Queria estar na FLIP, entre escritores vendo os últimos lançamentos parando na ponte para olhar Paraty, da minha lual de mel. Queria sentar na tenda e assistir as palestras depois ouvir as discussões mesmo que plenas de egos e estrelas não teria importância alguma porque de fato quem escreve contribui para melhorar o mundo em prosa e verso. Melhor que isso só obras de arte no topo, em seguida, na minha particular ordem decrescente, vem a musica de todos os cantos do mundo, o cinema que faz bem e transforma a gente mesmo e a realidade, e, pulando o teatro que nunca me deu muita liga, fora a dança também, que junto com teatro me traz memórias desgostosas, pulo para gastronomia e sento quieta para ver crianças passarem, são prazeres sensoriais, que tem a profundidade inalcançavel das camadas tectônicas mas a leveza de uma pluma de uma folha de sulfite jogada ao vento que demooooora para deitar no chão...qu nem o dia da sessão de renascimento, ai, ai, que bom que não faço mais.. agora eu morro e pronto, não tem nada que ficar renascendo!  sorry, meu consolo! assinado dia três de julho de dois mil e oito,  assim por extenso como se escrevia antigamente nos convites de casamento em letra gótica em nanquim escrito Prof Theognis e Familia. éramos nós, era meu pai que faria um estrago na FLIP, enquanto minha mãe se perderia nas lojinhas e antiquários de Paraty. Os dois certamente contariam comigo, um pouco para cada um, eu me dividiria inteira. Um jantar fino com ela, um abacaxi na calçada com ele! 

....marta


1 de julho de 2008

DONA RUTH



... nunca esqueço o modo civilizado e amável com que ela me recebeu no [Palácio da] Alvorada mostrando, com conhecimento, as obras de arte do acervo. É figura histórica importante. Trouxe um tom de civilidade moderna (e dignidade de postura) ao lugar de primeira-dama"



Caetano Veloso

12 de junho de 2008

BECKETT AND ME

É o Fim que Confere o Significado às Palavras Apenas as palavras quebram o silêncio, todos os outros sons cessaram. Se eu estivesse silencioso, não ouviria nada. Mas se eu me mantivesse silencioso, os outros sons recomeçariam, aqueles a que as palavras me tornaram surdo, ou que realmente cessaram. Mas estou silencioso, por vezes acontece, não, nunca, nem um segundo. Também choro sem interrupção. É um fluxo incessante de palavras e lágrimas. Sem pausa para reflexão. Mas falo mais baixo, cada ano um pouco mais baixo. Talvez. Também mais lentamente, cada ano um pouco mais lentamente. Talvez. É-me difícil avaliar. Se assim fosse, as pausas seriam mais longas, entre as palavras, as frases, as sílabas, as lágrimas, confundo-as, palavras e lágrimas, as minhas palavras são as minhas lágrimas, os meus olhos a minha boca. E eu deveria ouvir, em cada pequena pausa, se é o silêncio que eu digo quando digo que apenas as palavras o quebram. Mas nada disso, não é assim que acontece, é sempre o mesmo murmúrio, fluindo ininterruptamente, como uma única palavra infindável e, por isso, sem significado, porque é o fim que confere o significado às palavras.

Samuel Beckett, in 'Textos para Nada'
"Não importa. Tente outra vez. Fracasse outra vez. Fracasse melhor."

9 de junho de 2008

LEONARDO POLI

Branca é a tez da manhã
tece palavras de amor
à vida
a que foi e à que virá
se desnuda.
Ainda mais soa
entre sombras
de um meio-dia
como o amanhã
a ofuscar um ontem
como uma nova tez
em uma branca manhã

from Leo to me

A SERVIDÃO VOLUNTÁRIA


Numa só coisa, estranhamente, a natureza se recusa a dar aos homens um desejo forte. Trata-se da liberdade, um bem tão grande e tão aprazível que, perdida ela, não há mal que não sobrevenha e até os próprios bens que lhe sobrevivam perdem todo o seu gosto e sabor, corrompidos pela servidão.

A liberdade é a única coisa que os homens não desejam; e isso por nenhuma outra razão (julgo eu) senão a de que lhes basta desejá-la para a possuírem; como se recusassem conquistá-la por ela ser tão simples de obter.

Discurso Sobre a Servidão Voluntária (1549)
Título original
Discours de la servitude volontaire
Étienne de La Boétie (1530-1563)


Hyeronymus Bosch

by artegenial.blogspot.com


GLEISER



A Dança do Universo

Marcelo Gleiser

Pg. 396. Como vimos, a cosmologia é a única da Física que lida com questões que podem também ser legitimamente formuladas fora do discurso científico

Não, não me enganei. Gleiser continua recusando-se a admitir que há possibilidade de se estender o discurso científico para abarcar questões que são excluídas do discurso atual. Ele começou seu livro fazendo uma resenha de alguns mitos da criação. Mas para ele, esses mitos são questões religiosas, que fogem à possibilidade de compreensão, e tratam de questões de fé. Ele está correto quanto às religiões antigas, as tradicionais e as muitas novas "Igrejas" que pululam por aí arregimentando os incautos. Só que hoje já existe a possibilidade de se lidar com questões não-físicas conservando os princípios fundamentais que deveriam nortear uma ciência humana. Obviamente os mitos que ele cita não são compreensíveis com o discurso atual da ciência. Mas isso não significa que esse discurso não pode ser ampliado. Basta para isso ter coragem de se sair do poço do materialismo, sem abdicar da objetividade, da consciência na experimentação e na transmissão de conhecimentos por meio de conceitos. Isso É possível, e já foi feito.


( Comentários sobre....de Waldemar Setzer)


8 de junho de 2008

ESSE É MEU BLOG





Oi! aqui tem esse espaço para derramar todo desencanto alegria descoberta ou pranto, quem quiser, precisar, aparecer, pirar, suspirar, e acaso encontrar esta mesa posta e quiser me ajudar a trançar a rede que na praia deixei inacabada tendo de voltar. Vou sair na madrugada para o alto mar e escreverei todos os peixes ao voltar com a prata do luar e o vento vindo do mar a balançar as imensas folhas de bananeira, para depois esticar a esteira de taboa e botar o blog no ar ...enfim terminar! te convido , pode entrar, tem um bule no fogão se quiser pode ligar o fogo e se virar...só me deixa terminar o que estou fazendo depois leio o que vc postar... num outro dia o mesmo vento do mar bate na Paulista e na Brasil atravessa a ponte da Euzébio e vai levar a gente até o nosso sonho mais proximo de achar uma banca aberta comprar jornal um chocolate a esperar a branca tez da manhã a chegar.....
Marta

ANTROPOSOFIA


Ita e Rudolf

que bom que afinal vocês dois não tem nada a ver com isso tudo que andam por aí dizendo ser antroposofia...

forte abç

Marta

CARA FRIDA


Cara Frida,

Da minha coluna torta
do meu pescoço duro
almejo a parede turquesa
e a tesoura que pica a aparência
furibunda da minha fisionomia
não durmi com Trotsky mas
levantei processos que revolucionaram
sim apenas a minha propria vida
fazendo ver a miséria humana
mais que evidente encerrando
contente o ciclo fértil da
improdutiva vida de quem
não tem não vem e sem ninguém
simplesmente enfeita o mundo
com rosas e se sente bem

beijo
Marta

FLORBELLA


Ando perdida nestes sonhos verdes
De ter nascido e não saber quem sou,
Ando ceguinha a tatear paredes
E nem ao menos sei quem me cegou!

Não vejo nada, tudo é morto e vago…
E a minha alma cega, ao abandono
Faz-me lembrar o nenúfar dum lago
´Stendendo as asas brancas cor do sonho…

Ter dentro d´alma na luz de todo o mundo
E não ver nada nesse mar sem fundo,
Poetas meus irmãos, que triste sorte!…

E chamam-nos a nós Iluminados!
Pobres cegos sem culpas, sem pecados,
A sofrer pelos outros té à morte!

Florbela Espanca - Trocando olhares - 24/04/1917



31 de maio de 2008

NO PILAR DA CONSTRUÇÃO


Tava parecendo que havia
e havia mesmo
dúvida não tinha nenhuma
o melhor de tudo
inexplicável sempre mistério da vida
vai desvanecendo o que já houve
sem entrar em discussão
como um tribalista sem juízo nem
razão, no pilar da construção
fé em Deus e pé na tábua...
Um homem e duas mulheres

não tem que fazer nada
basta ser o que se é...

14 de maio de 2008

UMA PARTE DE MIM É TODO MUNDO




Uma parte de mim é todo mundo
Outra parte é ninguém, fundo sem fundo
Uma parte de mim é multidão
Outra parte estranheza e solidão
Uma parte de mim pesa, pondera
Outra parte delira
Uma parte de mim almoça e janta
Outra parte se espanta
Uma parte de mim é permanente
Outra parte se sabe de repente
Uma parte de mim é só vertigem
Outra parte linguagem
Traduzir uma parte na outra parte
Que é uma questão de vida e morte
Será arte ?


Ferreira Gullar
1

13 de maio de 2008


Que a vida é mesmo
Coisa muito frágil
Uma bobagem
Uma irrelevância
Diante da eternidade
Do amor de quem se ama






Olha só, que cara estranho que chegou
Parece não achar lugar
No corpo em que Deus lhe encarnou
Tropeça a cada quarteirão
Não mede a força que já tem
Exibe à frente o coração
Que não divide com ninguém
Tem tudo sempre às suas mãos
Mas leva a cruz um pouco além
Talhando feito um artesão
A imagem de um rapaz de bem

Olha ali quem tá pedindo aprovação
Não sabe nem pra onde ir
Se alguém não aponta a direção
Periga nunca se encontrar
Será que ele vai perceber
Que foge sempre do lugar
Deixando o ódio se esconder
Talvez se nunca mais tentar
Viver o cara da TV
Que vence a briga sem suar
E ganha aplausos sem querer

Faz parte desse jogo
Dizer ao mundo todo
Que só conhece o seu quinhão ruim
É simples desse jeito
Quando se encolhe o peito
E finge não haver competição
É a solução de quem não quer
Perder aquilo que já tem
E fecha a mão pro que há de vir

4 de maio de 2008


não faltava nada
era só temperar salada
varando a madrugada

e então
Vincent sentou-se perto de mim
e ficou assim até o fim...

henna rendada
vermelho aberto
amor por perto


é delicado mas
tem cuidado
abelha rainha
tá do lado



Oração ao Tempo!

És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo tempo...

Compositor de destinos
Tambor de todos os rítmos
Tempo tempo tempo tempo
Entro num acordo contigo
Tempo tempo tempo tempo...

Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo...

Que sejas ainda mais vivo
No som do meu estribilho
Tempo tempo tempo tempo
Ouve bem o que te digo
Tempo tempo tempo tempo...

Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...

De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo...

O que usaremos prá isso
Fica guardado em sigilo
Tempo tempo tempo tempo
Apenas contigo e comigo
Tempo tempo tempo tempo...

E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo tempo...

Ainda assim acredito
Ser possível reunirmo-nos
Tempo tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo
Tempo tempo tempo tempo...

Portanto peço-te aquilo
E te ofereço elogios
Tempo tempo tempo tempo
Nas rimas do meu estilo
Tempo tempo tempo tempo...

2 de maio de 2008



flancos angulos
nos feixes de músculos
açafrão e frango

momento novo
fecha a porta e o olho
acende o fogo

Pandora encontra Neli
acabou a farra
formigas mascam
restos de cigarras
Paulo Leminsky é assim.....

Vivian Altmann
vestido de flor
puro frescor

Paulo Leminsky contigo aprendi...


algodão doce
moira direção arte
cinema e vento à
vontade


Vivian Altmann, ver links indicados!

foi só por causa disso
banco vazio
divino compromisso

SIM AO ALCANCE DA MÃO