13 de junho de 2015

Adiós Nonino, Oblivion, Libertango, Ave Maria & many o...

para ouvir inteiro de uma só vez, uma das melhores seleções de Piazzolla, que nos arrebata assim dessa forma louca, tudo começou no meio de uma sessão de vinte e quatro horas de fernando brant que morreu ontem, revivendo o frescor do clube da esquina quando um amigo, assim inadvertidamente, posta a Balada de um Louco, foi só entrar no clima para logo escorregar para o chão, parar tudo e adentrar nesse vídeo de corpo e alma, sob o sol de inverno, lagarteando até que a tarde caia e, tomara, tudo continue assim, sem que nada aconteça, está tão bom assim que se eu pudesse parava o tempo só para a musica nunca mais acabar.

3 de janeiro de 2015

Sinto que estamos fritos

Blog do Gabeira - 02.01.2015 The best and the brightest 02.01.2015 Na década de 1960, John F. Kennedy chamou os melhores e mais brilhantes acadêmicos e empresários para compor seu governo. Apesar disso, ou mesmo por causa disso, muitos erros foram cometidos, sobretudo na política externa dos EUA. No primeiro governo de Barack Obama, a escolha de um Prêmio Nobel de Física, Steven Chu, para ocupar a pasta da Energia ainda representa uma tentativa de se associar à competência e ao brilho intelectual. Mas a verdade é que a pretensão de Kennedy parece ter sido enterrada pelo curso da política e suas duras realidades. O Ministério de Dilma Rousseff é uma espécie de fim da picada no caminho aberto por Kennedy. Ao começar, Lula chegou a ter alguns notáveis, como Márcio Thomaz Bastos, na Justiça. Desde a redemocratização, entretanto, não se escolhia um Ministério tão opaco e alheio aos temas que terá de enfrentar. Novo governo, novas ideias. Esse era o slogan de Dilma. Foi para isso que as pessoas brigaram nas ruas e nas redes, bloqueando amigos, estigmatizando elites e malhando reacionários de todos os matizes? No ano anterior à Olimpíada, Dilma entrega o Esporte à Igreja Universal. Já entregara a Pesca ao senador Marcelo Crivella, que, ao assumir, declarou que não sabia nem como se combinavam isca e anzol. Agora, tudo indica que o novo ministro dos Esportes é daqueles que num jogo de futebol perguntam: quem é a bola? Na Ciência e Tecnologia, Dilma optou pelo PCdoB. Aldo Rebelo é o nome. Ele é contra inovações científicas que ameacem o emprego e chegou a apresentar um projeto proibindo-as. Emocionalmente, é uma posição compreensível. Mas equivale à dos trabalhadores que destruíam máquinas no princípio da Revolução Industrial. O movimento, no início da primeira década do século 19, chamava-se ludismo por causa do nome de um dos seus líderes, Ned Ludd. Ter uma posição de defesa do emprego, mesmo contra o avanço da produtividade, é uma escolha de que discordo, respeitando-a. Mas nesta altura da revolução digital, nomear para Ciência, Tecnologia e Inovação um quadro que, de certa forma, se opõe a esse processo irreversível, parece-me um absurdo. O ritmo de inovação é vertiginoso na tecnologia da comunicação. Para acompanhá-lo Dilma escolheu Berzoini, fixando-se no único aspecto que parece interessar-lhe: como dominar ou, ao menos, neutralizar as grandes empresas do ramo. Os meninos que hoje nos acusam de reacionários talvez não conheçam bem o mundo político brasileiro. Quem é Jader Barbalho? Por que chamavam Eliseu Padilha de Eliseu Quadrilha, no Congresso? Nada disso talvez possa interessar-lhes. O bem triunfou sobre o mal e o Brasil segue sua trajetória vitoriosa rumo ao futuro, liderado pelo coração valente de Dilma Rousseff. Kennedy buscava seus quadros na academia e na indústria. Dilma procura-os nas brechas do Código Penal. Vai ser preso logo? Aguenta pelo menos seis meses no cargo? Tudo bem. Vocês são o progresso e se preparam para realizar um governo novo, com novas ideias. No intervalo, jogam umas pedras na oposição, desqualificam os argumentos adversários. Barbalhos e Padilhas, o esporte entregue a Deus e as inovações ao PCdoB, o governo e seus aliados parecem ter conseguido o impossível: uma realidade paralela, um Brasil do João Santana e desses caras que usam a imagem de Che Guevara como perfil, insultam à vontade e quando são apertados contra a parede alegam: mas o FHC também fazia. Sem norte moral próprio, alguns usam o ex-presidente como referência. Se Fernando Henrique Cardoso insultasse velhinhos num asilo, eles também o fariam sem nenhum temor: isso pode. Dilma conseguiu construir o pior governo possível para enfrentar a mais grave situação do País. Envolta no escândalo da Petrobrás, ela diz: alguns funcionários foram colhidos pelo combate à corrupção. Nada mais acidental do que isso. Houve um surto de gripe e alguns funcionários acabaram contraindo a doença. A corrupção na Petrobrás era um dado sistêmico e fazem tudo para esconder o saque bilionário. Prometem um governo com novas ideias e propõem o bispo Macedo como patrono dos nossos esportes, além de uma posição quase ludista para o Ministério da Ciência. Extrapolaram. Não deixam a mínima esperança de que pelo menos tenham a intenção de fazer algo novo. Certas experiências históricas podem acabar na cadeia. Algumas pessoas choram comovidas diante do relatório da Comissão da Verdade. Tempos terríveis, é compreensível. No futuro, entretanto, podem lamentar, envergonhadas, quando surgir a verdade sobre seu próprio período de governo. E essa verdade vai aparecer em todo o seu esplendor. Companheiros que agitam suas bandeiras vermelhas hoje podem, numa escala menor, ficar tão constrangidos como os que, no passado, marcharam com Deus pela família e propriedade . Muitos assistem a tudo isso com o dedo médio apontado para a tela. Um dedo duro pode ser visto de várias formas. Mas eles sabem o que estou dizendo. Que tal irem comemorar na casa do Barbalho? Com a formação de seu novo governo Dilma está sendo cruel até com quem não votou nela. Diria: principalmente com quem não votou nela. Temiam um circo de horrores? Vejam isto, para começo de conversa. Corre na política uma lenda de que basta ter um bom ministro da economia: o resto não conta. Ela foi adotada por Dilma. Parece um materialismo vulgar. Mas é pior do que isso. É uma perigosa fuga da realidade. Como se educação, energia, ciência, comunicações, esportes e até pesca em nada tivessem relação com a própria economia. E como se não fosse também uma realidade o sentimento de desencanto que nos comunica a única certeza da Dilma: ninguém do primeiro escalão será preso nos próximos meses. Temos um Gabinete de ministros. Todos em liberdade. Artigo publicado no Estadão em 02/01/2015 ilustra_ano_novo Sobre um feliz ano novo 28.12.2014 Outro dia, encontrei um amigo na rua e perguntei: “Tudo bem?” “Tudo”, respondeu. “Comigo, tudo, mas o país, você sabe …” Aquilo não me pareceu estranho. Era como me sentia. Tudo bem no âmbito pessoal, um certo desencanto com o Brasil. Vejo agora que isso acontece em escala maior. Pesquisas indicam que estamos otimistas com nossas vidas e bastante céticos quanto à política nacional. Quando é que essas linhas vão convergir? É uma das perguntas que faço. Até que ponto as peripécias políticas vão envenenar nosso cotidiano? Ou até que ponto nosso otimismo pessoal acabará transbordando no universo político? No meu caso, o sucessivo aumento do dólar dificulta os sonhos de acompanhar uma indústria que se move com uma velocidade vertiginosa. As câmeras servem para reproduzir a realidade. Quanto mais modernas, mais capazes de transmitir uma decapitação no deserto, o massacre de crianças pelo Talibã, o pouso de um robô num cometa. Elas registram tudo com uma frieza algorítmica. Em outras palavras, o progresso técnico apenas revela também o lado tenebroso da Humanidade. O filme americano “Blade Runner” foi uma boa antevisão disso tudo. Progresso e barbárie andaram juntos em 2014. Não há razão para desespero. No Brasil, a operação Lava-Jato lançou luz sobre o escândalo do Petrolão. O próprio juiz Sérgio Moro chamou a atenção para a existência das mesmas práticas em outros setores, além do petróleo. Um dos ex-diretores da Petrobras, Paulo Roberto Costa, foi mais longe e disse que a corrupção estava presente em todas as dimensões da atividade pública. Não demorou muito, o jovem prefeito de Itaguaí, Luciano Mota (PSDB), confirmou essa tese: usava uma Ferrari amarela para se deslocar na cidade, tinha televisões com telas gigantescas, esbanjava dinheiro. Possivelmente, royalties do petróleo. O juiz Sérgio Moro colocou a possibilidade de combater esse processo e reduzi-lo, radicalmente. Mas juízes e procuradores não resolvem sozinhos. Será preciso um esforço nacional. Depois de uma Copa do Mundo e de eleições presidenciais, o país parece estar um pouco inseguro sobre sua identidade. Ainda ecoam os gritos de gol da Alemanha, naquele célebre 7 a 1. Eo processo político foi pós-moderno. A palavra-chave era desconstrução. E a teoria vitoriosa, a de que não existe verdade, apenas versões. Os eleitores de Dilma cobram coerência. Gente da oposição, também. Mas o curso da campanha avisava com muita nitidez: não há coerência, apenas táticas para vencer. Gostaria de analisar outros discursos, outras retóricas. Mas Dilma é a presidente do Brasil. Ela declarou solenemente: alguns diretores da Petrobras foram colhidos pelo combate à corrupção. Interessante como ela transforma o processo num fenômeno quase natural. Choveu, e algumas casas foram derrubadas. Passou um bonde contra a corrupção e acabou levando alguns diretores da empresa. Sabemos que não é bem assim. Havia um esquema político manipulando os diretores da Petrobras. Quando uma gerente quis denunciar o processo de superfaturamento, Paulo Roberto Costa, mostrando o retrato de Lula e a sala de José Sergio Gabrielli: “Você quer derrubar tudo?” Com dados abundantes, a Operação Lava-Jato demonstra uma corrupção sistêmica. No discurso de Dilma, tentados pela fortuna, alguns dirigentes da Petrobras foram colhidos pelo combate à corrupção. Um fato isolado, o Brasil não vive uma crise ética, conforme ela mesma declarou a jornais latinos. No momento em que o mundo dá suas voltas, isso só faz atrasar nosso passo. Parece que fomos condenados a cantarolar indefinidamente: “Mentira, foi tanta mentira que você contou”. Se assumissem sua responsabilidade, poderíamos discutir coisas mais sérias. Como sair dessa enrascada, por exemplo? A queda de 77% nos títulos de empresas brasileiras no exterior mostra como a economia nacional foi atingida pelo escândalo da Petrobras. Estamos felizes, crianças crescendo, os amigos, a vida familiar em paz, um trabalho. Mas até que ponto uma parte dos brasileiros estaria mais feliz ainda se pudesse contar com um sistema que ela ajuda a sustentar? Com a aspereza de uma crise econômica e eclosão de um grande escândalo, não sei como vai se desdobrar nossa equação de felicidade. Da minha parte, sobretudo neste momento do ano, desejo toda a felicidade do Butão, aquele pequeno país asiático que tem a felicidade, e não o PIB, como alvo de crescimento. Em termos de crescimento econômico, não espero tanto do Brasil em 2015. A brecha para se aumentar a felicidade é desvendar, punir e reformar um sistema de corrupção que os brasileiros já não aceitam. Um ano novo não rompe simplesmente. Ele precisa ser construído. Desatar o nó da corrupção sistêmica é dificílimo. Ainda bem que estamos felizes. Por que não tentar? Artigo publicado no Segundo Caderno do Globo em 28/12/2014 ilustra_antes_de_morir_me ‘Antes de morir me quiero’ 21.12.2014 Com o reatamento das relações entre os EUA e Cuba, cumpre-se não só um desejo de cubanos, americanos, do Papa, mas também da maioria dos brasileiros. Nossa política externa sempre foi contra o bloqueio econômico. No governos Lula-Dilma, é verdade, esse desejo foi mais intenso e profundo, culminando com a construção do Porto de Mariel, que deverá ter um papel estratégico. Alguns cubanos e parlamentares americanos não gostaram da decisão. Interpretaram como uma vitória do castrismo. No momento, a reaproximação é um jogo em que todos ganham, sobretudo o povo cubano, que precisa, urgentemente, dessa abertura para o mundo. Algumas vozes do governo brasileiro sonham com uma China no Caribe. Um regime autoritário mas com grande atividade econômica. Começam aí nossas divergências. O acordo entre Obama e Raúl Castro não prevê mudanças políticas na ilha. Mas concentra suas esperanças na difusão da internet, um instrumento que tem um enorme potencial, sobretudo num povo alfabetizado como o cubano. A posição sobre Cuba no Brasil tem uma linha divisória clara: apoiar ou condenar o regime autoritário. Acompanho o drama dos intelectuais dissidentes no país, li sobre como uma geração de poetas e escritores foi dizimada por uma burocracia truculenta e impiedosa. Cheguei a criar um comitê virtual para defender a libertação de Raúl Rivero, um poeta e escritor, que acabou deixando a prisão e rumando para a Espanha. Gostaria de visitar Cuba. Assim como gostaria de visitar os Estados Unidos e a China. Os americanos me bloqueiam por um sequestro no século passado. Os diplomatas chineses sabem que sou simpático ao Tibet e ao Dalai Lama. Antes de morrer, gostaria de rever as paisagens cubanas, onde vivi um ano e meio de minha vida. Gostaria de levar a câmera e buscar os vestígios de uma geração de artistas talentosos esmagados pelo regime. Não será ainda numa China do Caribe que esse sonho poderá se realizar. Aliás, os burocratas petistas não sonham apenas em reproduzir as características da China em Cuba. Se pudessem, também instalariam aqui um regime autoritário com crescimento econômico. É o seu sonho de consumo. No Brasil, o buraco é mais embaixo, creio eu. Um fator essencial para isso é a liberdade de expressão. Considerando nossa tradição diplomática contra o bloqueio, a construção do Porto de Mariel é inteligível. No entanto, as verbas foram mantidas em sigilo. A transparência é outro fator vital como a liberdade de expressão. Alberto Youssef, o doleiro, foi a Cuba em missão oficial. Nas suas anotações apreendidas pela PF, há uma cifra, 3,2, ao lado da palavra Porto de Mariel. São apenas detalhes de pé de página, num grande acontecimento histórico — diriam os defensores do governo. Mas são esses detalhes, liberdade de expressão e transparência, que nos dividem. Assim como nos divide a tese de que a corrupção é legítima, diante do crescimento da renda. A mais duradoura das divisões ainda se refere à natureza do regime cubano. Cantada em prosa e verso pelos intelectuais brasileiros, a revolução cubana maravilhou poetas e escritores por aqui, enquanto lá aniquilava poetas e escritores. Nunca houve em nosso país um protesto articulado de intelectuais contra a repressão em Cuba. A ilha é um paraíso congelado na fantasia da esquerda. Lula chegou a comparar os prisioneiros políticos em Cuba aos bandidos do PCC presos em São Paulo. Cada um celebra à sua maneira uma vitória da tolerância e da coexistência pacífica. Os que sonham com uma China no Caribe sonham também com um regime capitalista dominado por uma burocracia comunista. Antes de morrer, gostaria de ver uma Cuba livre, passear pelo Malecón acreditando que, pelo menos, tanto sofrimento, tanta tortura e tanta perseguição tiveram um sentido histórico. Claro que um sonho também importante era ver a esquerda brasileira reconhecer o descaminho do regime castrista e centrar sua energia na solidariedade com o povo cubano. Sei que estou pedindo muito. A vida não é tão longa assim. Mas o processo inaugurado nesta semana é, no fundo, uma esperança para todos, não só para os que desejam um próspero regime autoritário. A blogueira Yoani Sánchez considerou o reatamento uma vitória do castrismo. A própria Yoani, que obteve tanta repercussão com um fio de internet na ilha, poderá alcançar os cubanos com mais facilidade, conectar-se melhor com o mundo. Ao ver o adversário festejando, temos uma certa dificuldade em festejar também. É difícil reconhecer o tema em que todos ganham. O fim do bloqueio a Cuba é um deles. Uma vez no exílio, para justificar a luta democrática, escrevi que o melhor na contradição não é a supressão de um dos polos. O mais fascinante é mudar o quadro em que ela se move. E não é que se moveu? Artigo publicano no Segundo Caderno do jornal O Globo em 21/12/2014

2 de janeiro de 2015

descobertas aos 57

Minha filha de 24 anos disse que tem uma professora tão antiga que tem um blog! e pior, ela quer que os alunos entrem para ver algumas coisas que ela posta e que tem a ver com o curso...fiquei muda, fingi naturalidade, e pensei comigo, nossa! estou desatualizada! mas não me dei por vencida nem perguntei o que seria moderno porque afinal cada um e cada coisa a seu tempo, liguei minhas antenas mais altas e deixei descansar que nem massa de pão. Finalmente, me inteirei de "canais"de musica absolutamente incríveis, e no que entrei, o programa indicava o que alguns amigos meus ouviam naquele mesmo instante, de prima achei invasivo, poxa! essas coisas de te mostrar por inteiro e revelar que musica você está ouvindo, a que horas acessou seu whats pela ultima vez, me deixam assim meia desconfiada, mas voltando ao programa musical agora que já dei um passo sózinha fuçando em direção a algum recurso bacana do mundo digital, resolvi voltar ao meu velho blog, que criei em 2008 e decidi não desertar, restabelecido está meu blog, com algumas dores musculares, mas inteiro. Já deu de feliz ano novo não é?