26 de dezembro de 2009

abandono





a centésima vez que senti o mal estar do abandono coincidiu com a milésima vez que me livrei dele abrindo um livro, com o passar do tempo isso não resolvia porque uma hora o livro acabava e eu não...acabei tendo que me ler a mim e sei lá em que momento ficou completa e irreversivelmente claro que este estado de espirito chamado sentimento de abandono é igual a não ter me a mim...será que é para todo mundo? talvez! para mim era, foi batata! lá pelas tantas, (podia ter sido bem antes dos cinquenta, quem dera) deu o click e o meu bem estar virou permanente porque dei a luz a minha pessoa!! assim inteirazinha, cobrindo os buracos sem pudor, achando graça no que me fazia chorar, entendendo que a voz do mundo externo é sempre cruel, esse é o seu papel: ao mundo cabe ser cruel, e `a nós cabe dar a volta nele!! nunca mais me pegou essa maldita sensação de solidão, arrumei um atalho para mim mesma que não tá em terapia alguma, em livro nenhum, em nada, só em mim mesma, só lamento que isso não tenha acontecido antes....assim eu poderia ter me libertado antes do amor que não me dedicaram do respeito que não tive que tudo que até hoje insistem em me negar e que hoje nem dou conta mais porque to com os olhos totalmente voltados para a fonte inesgotável de romance que ora vivo comigo...se cruzasse dona Ivone Lara hoje minha vida daria um bom samba

24 de dezembro de 2009

doismiledezbeijos


imagem extraida da internet

não sei porque mas não consigo ficar sem me entupir do que é belo nos meus dias de folga, não importa se é uma estética vaga jogada não é minha se os textos são garimpados nos blogs que eu curto nas obras que amei ter lido eu gosto de expor tudo no blog como presentes sobre a cama no dia do aniversário, e quanto mais cheia ficava a cama mais feliz o dia, a boa festa é medida pela bagunça que deixa pela suspensão do tempo pelo momento eternizado quando a luz é perfeita, a foto impecável, a obra impagável o texto é sutil o olhar é languido o natal é impróprio o preço é alto me cansa a simplicidade externa me acalenta a riqueza das escolhas, simplório não, a beleza pode ser natural e direta mas a excelência é elaborada a sutileza exige o saber negado que no entanto houve, a crítica reservada já não se mostra mas dá um salto e já vai no ponto sem se perder dançando gostoso na alma que sua parada...

cultivo

extraído da Internet

Xenofonte escreveu 2400 anos atrás que "Um bom amigo é o mais precioso de todos os bens. Está sempre pronto a auxiliar..Há homens contudo que investem toda a sua energia no cultivo de árvores para colher frutos e são negligentes com o amigo, o bem que mais frutifica". O amigo vê e ouve o que não somos capazes de ver nem ouvir. Assim sendo, pode fazer por nós o que não temos como fazer por nós mesmos. Ele ilumina o caminho. Ele sabe suspender seu desejo para que o do outro se manifeste. O que ele mais quer é o acordo. Está menos interessado nos eventuais benefícios materiais que a amizade pode trazer do que no fortalecimento desta. Visa sobretudo ao contentamento do outro e não deve ser confundido com o cúmplice, que visa ao próprio interesse e se liga a alguém em função do que almeja alcançar. O elo de cumplicidade tende a ser efêmero enquanto o de amizade é para sempre. Em outras palavras, o amor dos amigos nunca é de agora, e sim para a vida inteira. Também por isso há milênios a amizade inspira escritores, que se perguntam de que modo escolher um amigo, quais as caracteristicas de um amigo verdadeiro e o que nós devemos a ele. Os escritores - os melhores, entre eles - sabem que a amizade nasce espontaneamente, mas só dará os seus melhores frutos se for cultivada.
Betty Milan, na Veja dessa semana

noite feliz será a sua


a cidade está ficando vazia e boa de trafegar, menos tudo, assim dá para conversar mas não pelo celular, pode ser algo mais salutar, tipo dar uma passada sem ter nada de particular a fazer ou providenciar e apenas ficar, pensar em aliviar o flagrante desprezo pela qualidade de vida que paulista tem , que eu tenho, e no mais...descobrir que a cidade domingo as sete da manhã é uma delicia, mudar a frequencia é uma necessidade e praticar meditação uma obviedade....livrarias, avenidas, praças e jardins, tudo nosso no fim de semana, posso começar a escolher a mesinha de calçada onde vou comer um mini doce e tomar meu café com leite depois de caminhar um pouco....lembrando que amanhã é aquele dia meio diferente imprudente insolente quando não tá mais todo mundo com a gente e fica aquela coisa boba de "vai passar onde" e eu me pergunto , passar o que? eu passo noites felizes todo dia, noites de paz e de amor, principalmente porque não faz a menor diferença para mim e a unica coisa que realmente me faria ainda melhor amanhã seria o meu olhar enxergar longe e largo um espectro de amplidão de espaço vazio e ofuscante de tão iluminado, de olhos fechados que assim fica mais sagrado.