24 de outubro de 2009

com licença leminski



simples assim
não era para ele
era para mim

por hoje nada

daí que cada dia que passa o programa vai mais e mais para dentro, na hora de ir eu fico, tenho sentido mesmo imensa falta de ficar comigo e daí quando consigo por vezes nem os livros nem a musica nem nada me fazem sentir melhor que qualquer coisa fortuita que passe caia passe pela minha frente....por exemplo esse budinha, então o pensamento vai devagar molhando o pão sirio na coalhada seca e olhando a planta que gostou daquele canto da janela e o cachorro dormindo e vou dar atenção ao nada, ou ao buda do dinheiro, ou ao barulho do sábado casa vazia sossego em dose dupla, sol lá fora, cama fofa, fazer o que quiser, e o que eu quero é não fazer nada e ficar imersa no nada assim como estou agora..liga um liga outro resolvo uma parada aqui outra alí mas nada que tenha me tirado do meu solene estar no nada, e o meu nada vai ficando azul, descansado e pronto para me deixar dormir deliciosamente depois de cobrir o cachorro, apagar a luz e mais nada...