21 de março de 2009

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA (se não viu, pegue na sua locadora)

estranha cegueira branca
imundo o vasculhar do ser exposta
a fragilidade sua minha nossa toda
coisa gostosa depois lá banho quente e 
café para todo mundo sempre assim
devia ser sempre assim como 
fica no fim depois de já não termos
entendido nada e perdido tudo
então acordamos e ficamos como
deveríamos ter sido sempre

TÉ HOJE CARA TÉ HOJE

mas eu não tinha a menor idéia de onde 
tirava tanta imaginação e energia e nem de onde
saía essa vertigem em demasia, sempre excessiva e
completamente viva, sem limite para extrapolar
ou na bijuteria ou na fantasia, na overdose que fazia
parecer menos perversa a progressão aritmética 
das confusões da vida ! risadas encanto e melancolia
a gente ria enquanto era enterrada viva
té hoje, cara, té hoje, vez por outra
me faz isso a vida

bjão valeu, saudades

marta

15 de março de 2009

Sintético, irônico, abrupto.....Borges


Num só dia do homem estão os dias
do tempo, desde aquele inconcebível dia inicial do tempo
em que um terrível Deus prefixou os dias e agonias
até o outro em que o rio ubíquo
do tempo secular torne à nascente
que é o Eterno e se apague no presente
no futuro, no ontem, no que ora possuo
Entre a aurora e a noite está a história universal
E vejo desde o breu, junto a meus pés
os caminhos do hebreu
Cartago aniquilada, Inferno e Glória
Dai-me Senhor, coragem e alegria
para escalar o cume deste dia

James Joice, extraído do livro "Poesias", de
Jorge Luis Borges

Antes de eu sussurar no seu ouvido, meu anjo, o que você faria com o meu Amor?

Beatriz Bracher por Alcir Pécora
Todo afeto guarda uma maldade residual?
Homenagem à escritora paulista no lançamento
do seu livro " Meu Amor"(sobre o inusitado caso
de Isabela Nardoni)