26 de julho de 2010

FOI PARA NOVA YORK


Naquele dia ela não quiz pensar em nada, pegou cachorro e levou para o cuidador, avisou os mais próximos, fez uma malinha, pegou o taxi e tocou pra o aeroporto, embarcou para NY. Antes fez aniversário também só para não dizer que...ela andou dando uma virada na própria mesa, chutou o balde mesmo e só depois de ficar olhando um tempo o leite derramado começou a dar conta da novidade, não tinha mais que carregar o balde nem ficar alí nem ser aquilo, prerrogativa de uma cabeça criativa foi pedindo licença desviando dos buracos e encontrou um jeito de ser que ela gosta, talvez como O Ser e o Nada, do Sartre, de um existencialismo que não há Foucault que torne árido, vigiado, punido....Ela agora é. E agora nem adianta o teatro ficar vazio a platéia levantar no meio e ir embora porque não gostou ou não entendeu, ela já não tá nem aí, completa o espetáculo e pede bis, é a vida dela, que se dane o mundo senão paga ingresso não entende nada acha que é absurdo, a coisa tá instalada, a coisa conhecida como liberdade, que às vezes engana corrói por dentro, faz pagar a conta, mas permite viver, cara, viver!
Fala para o porteiro guardar a correspondência... que ela foi para Nova York!