4 de julho de 2008

DEUS



Quando eu era pequena,
eu acreditava muito em Deus,
mas ele não acreditava muito em mim.
Hoje, que eu sou adulta,
e já não sei mais se acredito nele,
ele vem todo dia em casa e pergunta:
- Noemi, Noemi,
você já resolveu?
- Resolvi o quê, Deus?
- Se você acredita ou não em mim.
- Não, Deus, agora eu estou ocupada.
Ele senta e fica esperando.
Ontem eu falei pra ele:
- Tá bom, Deus. Eu acredito em você.
Ele foi embora todo feliz.
(Mas na verdade eu não tenho certeza.
Falei que era para não deixá-lo esperando.)


Noemi Jaffe

CARA SENADORA

















Cara Senadora Ingrid Betancourt,

Quando acabarem as festas de sua libertação
escreva e publique um livro que eu vou comprar e ler!
Bonito seu filho, e a flor branca da sua trança
Marxista sustentado por traficante não merece ser
chamado de revolucionário nem de guerrilheiro
Essa designação no meu tempo era honrosa e só
cabia a gente voltada para o bem da humanidade..

bjs

Marta
* agradeça-lhes pois de todo modo pareça ou não
absurdo é certo que esses seis anos na mata lhe
fizeram um bem maior do que se do contrario vc
tivesse passado seis anos no poder




3 de julho de 2008





Homenagem
Machado de Assis
A medida do elogio
“Está morto: podemos elogiá-lo à vontade.” A frase, típica boutade machadiana, é do conto “O empréstimo”, de Machado de Assis, e vem a calhar no centenário da morte do escritor. O sentido da ironia é claro: morto o autor, os defeitos e imperfeições devem ser postos de lado, começa a idealização de sua imagem.

Com Machado e Meus pais em Paraty




Queria estar na FLIP, entre escritores vendo os últimos lançamentos parando na ponte para olhar Paraty, da minha lual de mel. Queria sentar na tenda e assistir as palestras depois ouvir as discussões mesmo que plenas de egos e estrelas não teria importância alguma porque de fato quem escreve contribui para melhorar o mundo em prosa e verso. Melhor que isso só obras de arte no topo, em seguida, na minha particular ordem decrescente, vem a musica de todos os cantos do mundo, o cinema que faz bem e transforma a gente mesmo e a realidade, e, pulando o teatro que nunca me deu muita liga, fora a dança também, que junto com teatro me traz memórias desgostosas, pulo para gastronomia e sento quieta para ver crianças passarem, são prazeres sensoriais, que tem a profundidade inalcançavel das camadas tectônicas mas a leveza de uma pluma de uma folha de sulfite jogada ao vento que demooooora para deitar no chão...qu nem o dia da sessão de renascimento, ai, ai, que bom que não faço mais.. agora eu morro e pronto, não tem nada que ficar renascendo!  sorry, meu consolo! assinado dia três de julho de dois mil e oito,  assim por extenso como se escrevia antigamente nos convites de casamento em letra gótica em nanquim escrito Prof Theognis e Familia. éramos nós, era meu pai que faria um estrago na FLIP, enquanto minha mãe se perderia nas lojinhas e antiquários de Paraty. Os dois certamente contariam comigo, um pouco para cada um, eu me dividiria inteira. Um jantar fino com ela, um abacaxi na calçada com ele! 

....marta


1 de julho de 2008

DONA RUTH



... nunca esqueço o modo civilizado e amável com que ela me recebeu no [Palácio da] Alvorada mostrando, com conhecimento, as obras de arte do acervo. É figura histórica importante. Trouxe um tom de civilidade moderna (e dignidade de postura) ao lugar de primeira-dama"



Caetano Veloso